Direto da Sacristia
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Mons. Marini nomeado chefe do Coro da Capela Sistina

Postado em 19 janeiro 2019por E. Marçal

O Papa Francisco decidiu que o seu Mestre de Cerimônias deve administrar, além das Capelas Papais, também o coro litúrgico presente nas celebrações pontifícias

 

Embora continuando também como Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, Mons. Guido Marini a partir de hoje administra também o famoso e secular coro musical. É o ápice de um processo interno de consultas há, pelo menos, seis meses.

A decisão foi publicada ao meio-dia deste sábado, 19, em Roma, mas com assinatura feita há dois dias no decreto em forma de “Motu proprio”, ou seja, “da própria vontade”, um ato extraordinário do Papa Francisco observando uma necessidade particular.

 

Coro da Capela Sistina, com os membros adultos e também os “Pueri Cantores”,
junto ao seu Maestro. 
Possui mais de 1500 anos de história.
Portanto, é o mais antigo Coro ainda existente

 

O referido Coro, oficialmente chamado de Pontifícia Capela Musical Sistina, surgiu para as celebrações na Capela do Palácio Apostólico da qual intitulou-se. Mas, também conforme lê-se no texto assinado pelo Papa Francisco, os membros passaram a executar os cantos litúrgicos em todas as celebrações presididas pelos Papas, pelo menos no Vaticano e em Roma, especialmente na Basílica de São Pedro. Entre os seus membros há também os Pueri Cantores, crianças até a pré-adolescência, cuja presença é conhecida desde os tempos do Papa São Gregório Magno; o sacerdote brasileiro Mons. Marcos Pavan, também Cônego da Basílica de São Pedro, é o responsável pelos Pueri. Por causa da sua ligação com os Pontífices, o Coro primeiro esteve sob os cuidados dos chefes da Família Pontifícia, como os mordomos. Mais recentemente teve administração própria, embora fazendo parte da Casa Pontifícia e, por isso, objeto da atenção dos Prefeitos desta e também da Secretaria de Estado. Porém, ainda que essas mudanças sejam resultado de revisões administrativas, o texto papal deste sábado cita o documento conciliar Sacrosanctum Concilium para submeter a administração do Coro Pontifícia ao Mestre das Celebrações Papais: como schola cantorum é um ministério litúrgico e, portanto, deve ser guiada pelo responsável pelas celebrações litúrgicas, o que aponta para Mons. Marini, tratando-se da schola cantorum pontifícia.

No centro, sacerdote salesiano Mons. Massimo Palombella,
até agora chefe do Coro da Sistina; mantém-se como seu Maestro
Foto: La Stampa

 

Não foi anunciada alguma mudança quanto ao Maestro da Capela Sistina, o sacerdote salesiano Mons. Massimo Palombella, até então o seu diretor (chefe, em termos gerais). Em 2010 ele foi nomeado para este cargo no lugar do sacerdote siciliano Mons. Giuseppe Liberto, hoje com 75 anos, que regia o mesmo Coro há treze anos; em 1997, São João Paulo II, por escolha pessoal e direta, pediu que ele substituísse o grande Mons. Domenico Bartolucci, depois criado cardeal e falecido em 2013, no cargo desde 1956, por nomeação do então Papa Pio XII.

No centro, administrando a Sagrada Comunhão durante Missa,
Dom Pozzo, de 67 anos, até agora Secretário da Comissão
 “Ecclesia Dei”,
nomeado Superintendente econômico do Coro Pontíficio
Foto: Edward Pentin

 

Por fim, a Carta Apostólica, com teor jurídico, nomeia um responsável pela administração financeira do Coro da Sistina, tendo em vista todo o necessário para a simples existência e manutenção, mas também as apresentações artísticas em espetáculos, por convite ou por iniciativa própria, como tours em diversas cidades do mundo. Para tanto, uma vez a Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei” incorporada também hoje à Congregação para a Doutrina da Fé, foi nomeado como Superintendente da Economia do mesmo Coro o então Secretário daquela Pontifícia Comissão, Dom Guido Pozzo, Arcebispo titular de Bagnoregio, sob a direção de Mons. Guido Marini.

Mons. Marini terá “o dever de guiar todas as atividades e os âmbitos litúrgico, pastoral, espiritual, artístico e educativo” do Coro da Sistina, além de redigir um novo Estatuto, atualizado o Regulamento de 1969, de acordo também com o atual Regulamento do Escritório das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice. Note-se que o Coro é também responsável pela educação básica dos Pueri Cantores, isto é, os meninos frequentam uma escola cujas aulas são por conta do Vaticano.

 

Com informações do boletim oficial da Sala de Imprensa da Santa Sé.

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