Direto da Sacristia
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Celebração dos Fiéis Defuntos num domingo — como celebrar?

Postado em 30 outubro 2014por E. Marçal

Dia de Todos os Fiéis Defuntos num domingo — como celebrar?

Em alguns anos, o dia 02 de novembro coincide com um domingo. A celebração desta data, sobre o dia do Senhor, é algo excepcional, pois ela não é nem solenidade nem festa, mas comemoração/lembrança. No rito antigo, por exemplo, ela só pode ser celebrada num domingo se o Bispo do lugar permitir; senão, é transferida para a segunda-feira. Contudo, devido à grande importância na vida cristã dos fiéis, ao mistério da morte e à esperança da ressurreição, a reforma litúrgica do Vaticano II permitiu que, sem ser necessário privilégio dos Bispos, a Comemoração fosse celebrada livremente. Porém, restam algumas incertezas quanto a detalhes, cuja resolução exporemos a seguir:

1. Reza-se o Glória nas Missas? E o Credo?
2. Como realizar o canto nas Missas?
3. O que rezar na Liturgia das Horas — Fiéis Defuntos ou Domingo do Tempo Comum?

Vamos por partes

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Os paramentos devem ser roxos ou pretos. A Liturgia não permite neste dia, de forma alguma, paramentos brancos: as cores de luto e de oração pelos mortos sempre foi o preto e o roxo. A animosidade a elas é algo endossado por uma vertente de liturgistas, mas há como ver conforto espiritual nestas cores.

Uma vez que não nem festa nem solenidade o ofício, o Celebrante não deve cantar nada durante as Missas — nem orações, nem o Evangelho, nem o Prefácio. Igualmente, o toque dos instrumentos musicais só é permitido para sustentar o canto, proibindo-se, portanto, tudo que exceda a isto. As igrejas não podem estar ornamentadas com flores.

Apesar de ser num domingo, o Glória não é recitado. É, pois, inválida a argumentação de que o fato de ser domingo é motivo suficiente para ter o Glória recitado, pois também nos Domingos do Advento e da Quaresma isto não acontece. Contudo, o Credo é recitado, como legislado na Instrução Geral do Missal Romano: “O Símbolo [Credo] deve ser dito pelo sacerdote com o povo aos domingo e solenidades” (n. 44). Portanto, deve ficar claro que, por si só, ou Missa exequial ou Missa aniversária pela morte de alguém ou Missa na Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos não requer a recitação do Credo. Mas quando alguma delas é celebrada num domingo — segundo as permissões litúrgicas —, o Credo é recitado pois faz parte da celebração dominical. No referente à omissão do Glória no dia 02 de novembro, ainda que coincidente com o domingo, deve-se ao fato privilegiado do ofício se sobrepor ao domingo e, assim, não permitir o canto do Glória, tal como nunca aconteceu na história litúrgica.

Quanto à recitação do Ofício Divino

Há 2 resoluções:

1. Reza-se o Ofício dos Defuntos se a celebração for com a participação do povo.
2. Reza-se, contudo, o ofício do Domingo do Tempo Comum se a recitação for em privado.

Isto é decidido em seguimento (ou seja, direito consuetudinário) ao que a Igreja sempre realizou: o Ofício dos Defuntos só é celebrado no domingo em vista da doutrina cristã sobre a morte e seu sentido em Cristo.

Por fim, àqueles que participam de Missa no dia 02 de novembro, pela qual visita uma igreja, reza o Pai Nosso e o Credo, possui o estado de graça (ou se confessa para tanto), comunga e reza na intenção do Santo Padre, é concedida, em favor da alma de alguém desejada, uma Indulgência Plenária.

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