Direto da Sacristia
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“Um nepotismo que deu certo”

Postado em 04 novembro 2010por E. Marçal

Santo do dia: São Carlos Borromeu

 


 

Não poucas vezes o povo católico assistiu ao nepotismo de muitos papas. O próprio termo surgiu dessas práticas papais, principalmente relacionadas ao cargo de cardeal-sobrinho (em latim: cardinalis nepos; em italiano: cardinale nepote), referente ao que hoje é conhecido como Secretário de Estado de Sua Santidade. O cargo, evidentemente, era confiado ou a um sobrinho do Papa reinante ou a um seu parente próximo. Muitas biografias dos Sumos Pontifíces, até as não-autorizadas ou copiladas por historiadores, apresentam os escândalos e as práticas vergonhosas da parte de muitos desses que ocupavam altos postos na Igreja em virtude de seu parentesco com o Papa de então. Contudo, o santo que veneramos hoje de modo particular, felizmente rompe com esse e agora é infalível modelo de virtude e de reta intenção.

 

Pietro Ottobonni
sobrinho do Papa Alexandre VIII
último cardeal-sobrinho

Carlos Borromeu nasceu no ano 1538 em Arona e era filho do Conde Gilberto Borromeo e de Margarete de Médici, irmã do Papa Pio IV (1559-1656). Com apenas 21 anos, estando em Roma a convite de seu tio pontífice e antes mesmo de receber o Sacramento da Ordem, foi criado cardeal do título diaconal do Santos Vito, Modesto e Crescenzia, e poucos dias depois, nomeado Administrador Apostólico de Milão. No fim do mesmo ano (1560) foi ordenado diácono para Milão. Três anos depois, promovido à Ordem dos Cardeais-presbíteros e intitulado com a igreja dos Santos Silvestro e Martino ai Monti, e em 4 setembro do mesmo ano foi ordenado presbítero pelo Cardeal de Frascati, Federino Cesi. Em dezembro seguinte, finalmente foi sagrado bispo e, no ano seguinte, foi nomeado Arcebispo de Milão.
Enquanto o Cardeal Borromeu sentava-se na cátedra ambrosiana, o Concílio de Trento estava perto de seu fim, que durara 18 anos. O Arcebispo foi o primeiro a aplicar as decisões de Trento, em especial, a instituições de seminários para uma sólida formação intelecto-espiritual do futuro clero. Todavia, não esteve preso aos encargos burocráticos. Nos vintes anos que governou a Arquidiocese ambrosiana, visitou-a três vezes; convocou seis sínodos provinciais e onze diocesanos. Para a caridade, construiu hospitais e destinou as riquezas de família para os pobres. E, como se não fosse o bastante, fundou uma congregação de sacerdotes seculares.

Dom Bartolomeu dos Mártires
Arcebispo de Braga
amigo de Carlos Borromeu

Durante o seu episcopado, sentindo-se atraído pela vida contemplativa, penso em renunciar ao governo da Arquidiocese. Mas seu amigo Dom Frei Bartolomeu dos Mártires, Arcebispo de Braga, o dissuadiu da ideia, com a premissa que o século de então era saturado de maus exemplos do clero e, seria melhor que ele, sobrinho de um papa e proeminente na vida social, fosse o bom exemplo de vida santa como bispo. Em 1584 foi promovido ao título presbiteral de Santa Praxede.


Intercessão de São Carlos Borromeu
auxiliada pela Virgem Maria


Não há registros de sua beatificação. Foi canonizado em 01 novembro 1610 pelo Papa Paulo V.

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