Direto da Sacristia
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Fruto da beleza da Liturgia

Postado em 18 fevereiro 2012por E. Marçal

    Diz o Concílio Vaticano II: “É desejo ardente da mãe Igreja que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação na celebração litúrgica que a própria natureza da liturgia exige e à qual o povo cristão, ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido’ (1Pd 2,9; cf. 2,4-5), tem direito e obrigação, por força do batismo” (Sacrossanctum Concilium, II, 14).

     Foi-nos pedido alguns posts sobre Liturgia e História da Igreja. Atendendo a este pedidos, iniciamos uma série de artigos relacionados a tais temas.

Um pouco de História

 

Vladimir I de Kiev
Enviou emissários pelo mundo para escolher,
mediante o culto celebrado, a sua religião

    No ano de 988, Vladimir, Príncipe de Kiev, enviou emissários a diversos povos para comprovarem que culto religioso prestavam a Deus e assim ver qual ele escolheria para seu reino. Os emissários foram aos búlgaros, mulçumanos, mas as cerimônias realizadas nas mesquitas não os agradaram. Foram então aos germânicos e sem encontrar o que procuravam, finalmente se dirigiram a Constantinopla, onde foram recebidos pelo imperador. Este se alegrou e procurando o Patriarca e lhe disse: “Os de Rus (os de Kiev) vieram conhecer nossa fé. Prepare o templo e os ministros do Senhor revestindo-os com vossas vestes sacerdotais para que possam ver a glória de nosso Deus”.

    O Patriarca convocou seus ministros e segundo o costume celebrou um ofício festivo. Foram preparados os turíbulos e o coro entoou os hinos sagrados.


Patriarca Kirill I de Moscou incensa durante Divina Liturgia
A Igreja Ortodoxa, como outras Igrejas unidas a Roma,
celebram segundo o rito bizantino, o mesmo que deixou admirados
os enviados de Kiev e por meio do qual o seu Príncipe se converteu

    O Imperador entrou com os enviados de Vladimir no templo e os fez sentar-se em um lugar amplo onde podiam ver a beleza do edifício, o canto e o culto que os sacerdotes, diáconos e ministros rendiam ao Senhor. Os legados ficaram profundamente impressionados e maravilhados com os divinos ofícios.

Sua Ex.cia Dom Antônio Keller, Bispo de Frederico Wesphalen, reza oração após a Comunhão
A poesia das palavras, a expressividade dos gestos, a harmonia do canto
e os sinais visíveis
 presentes na Liturgia falam à alma e traduzem,
embora imperfeitamente, os Mistérios celebrados

    Quando regressaram a Kiev disseram ao Príncipe: “O que vimos em Constantinopla não pode ser expresso em palavras. Durante a celebração litúrgica, não sabíamos se nos estávamos na terra ou no céu”.

(cf. El Corazón de La Luturgia, La celebración Eucarística, Félix Maria Arocena, Colección Pelicano, Ediciones Palabra, Madrid, 2004)

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