Direto da Sacristia
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Ave Crux, Spes unica!

Postado em 14 setembro 2010por E. Marçal
Ofício do dia: Festa da Exaltação da Santa Cruz

 

Escultura na Ponte do Castel d´Angelo
Roma

O ofício hoje celebrado é a fusão de duas comemorações feita pela reforma litúrgica ordenada pelo Concílio Vaticano II. Trata-se, primeiramente, da Descoberta da Santa Cruz, celebrado neste mesmo dia, em memória de quando a Verdadeira Cruz foi encontrada pela imperatriz Santa Helena no ano 337. Depois, a 03 maio, é ainda celebrada a Festa “In Inventione S. Crucis“, isto é, “O Encontro (resgate) da Santa Cruz”. Três séculos após a mãe de Constantino descobrir a Santa Cruz em Israel, o Santo Lenho foi roubado pelo imperador persa. Contudo, para a glória de Deus e exultação da Cristantade, a Sagrada Relíquia foi restituída à Igreja pelo imperador Heráclio, fato que ficou assinalado na Festa oficiada em 03 maio.

Apesar de a reforma litúrgica ter unido os dois ofícios em uma só festa, e esta ser celebrada em 14 setembro segundo o Missal de Paulo VI, ainda há as duas comemorações em dias distintos, como antes, no Missal de João XXIII, plenamente em vigor, segundo o Motu proprio Summorum Pontificum“, há três anos colocado em vigor a todos o que professam a religião católica e ao qual ninguém pode relutar.

Obelisco da Praça de São Pedro, Vaticano
encimado por uma cruz que contém um fragmento do Santo Lenho


São Luís de França inseriu na Saint-Chapelle um fragmento do Santo Lenho. Também, na cruz que encima o obelisco cravado no centro da Praça de São Pedro, no Vaticano, há um outro fragmento do Santo Madeiro. Como há tantas igrejas na face da terra que reclamam a si fragmentos verdadeiros da Santa Cruz. Porém, cientes da ganância por relíquias raras que marcou a Idade Média, sabemos que somente relíquias de comprovada autenticidade, podem ser postas à veneração dos fiéis.

Sua Santidade Bento XVI, depostos a casula
e os sapatos vermelhos – como prescreve a liturgia papal para esse dia,
oscula o Santo Lenho
na cerimônia da Sexta-feira Santa


Se não houvesse a cruz, Cristo não seria crucificado. Se não houvesse a cruz, a vida não seria pregada ao lenho com cravos. Se a vida não tivesse sido cravada, não brotariam do lado as fontes da imortalidade, o sangue e a água, que lavam o mundo. Não teria sido rasgado o documento do pecado, não teríamos sido declarados livres, não teríamos provado da árvore da vida, não se teria aberto o paraíso. Se não houvesse a cruz,a morte não teria sido vencida e não teria sido derrotado o inferno.

Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo

Cruz do Altar de Bernini
Patriarcal Basílica de São Pedro no Vaticano

 

Peçamos ao Senhor, sob a sombra de Sua Cruz, que lembrando que há três anos o “Summorum Pontificum” foi posto em vigor, que cesse na santa Igreja aqueles que, por sua desobediência e maldade, rompem a rede de Pedro que o Santo Padre Bento XVI tanto deseja unir.

Cruzeiro situado à frente da Igreja e Convento Nossa Senhora das Neves
da Ordem dos Frades Menores
Olinda – Pernambuco

 

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