Dom Filippo Santoro, arcebispo de Taranto
Do boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé
Agora sim, mais uma “especulação” do vaticanista Andrea Tornielli aconteceu. Desde o início deste mês falava-se no que hoje foi confirmado: o Bispo de Petrópolis (Rio de Janeiro, S.E.R. Dom Filippo Santoro, foi hoje nomeado pelo Santo Padre Bento XVI como Arcebispo de Taranto (Itália). Fato raro, mas possível: um estrangeiro, bispo de uma diocese de um país que não é o seu, é nomeado para uma diocese no seu país natal. Aqui Dom Santoro nunca poderia ser arcebispo, haja vista para o costume (acreditamos, não confirmado por nenhuma norma jurídica) brasileiro de não ocupar as cátedras arquiepiscopais com bispos sem sangue genuinamente brasileiro.
A nomeação aconteceu depois que o Papa aceitou a renúncia ao governo pastoral da dita Arquidiocese apresentada por S.E.R. Mons. Benigno Luigi Papa, membro professo da Ordem dos Franciscanos Menores, em conformidade com o cânon 401 § 1 do Código de Direito Canônico.
Dom Santoro nasceu em Carbonara, província de Bari e arquidiocese de Bari-Bitonto, em 12 julho 1948. Completou os estudos filosóficos na Università Cattolica del Sacro Cuore de Milão, obtendo o Doutorado em Filosofia. Em Roma, conseguiu a Láurea em Teologia Dogmática, na Pontificia Università Gregoriana, como aluno do Almo Collegio Capranica (n.d.e. um dos seminários romanos)
Foi ordenado sacerdote em 20 maio 1972 para a arquidiocese de Bari-Bitonto.
Depois da ordenação sacerdotal, entre outros cargos, desempenhou os seguintes: sacerdote fidei donum na arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (Brasil) de 1984 a 1996; Reponsável do “Comunhão e Libertação” no Rio de Janeiro de 1984 a 1988 e de 1988 a 1996, em todo o Brasil e na América Latina. Em 1992, participou como teólogo da IV Conferência Geral do Episcopado Latinoamericano em Santo Domingo.
Eleito à sede titular de Tuscamia e nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro em 10 abril 1996, recebeu a sagração episcopal em 29 junho sucessivo do Cardeal Eugênio Sales.
Em 12 maio 1994 foi eleito Bispo da diocese de Petrópolis. Na Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil é Membro do Conselho Permanente e da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé. Também é Grão-chanceler da Universidade Católica de Petrópolis.
É autor de diversas publicações de caráter teológico e filosófico. A sua Arquidiocese, ao sul da Itália, contava, em 2004, com quase 406 mil batizados, divididos em 86 paróquias em 1.056 km². De sua catedral é titular São Cataldo, segundo bispo da diocese fundada no século VI. A concatedral é dedicada à Grande Mãe de Deus. Há 223 sacerdotes, dos quais 143 são seculares e 80 regulares; 90 religiosos e 266 freiras e 15 diáconos permanentes.
O Arcebispo eleito de Taranto exerceu ainda maior solicitude pastoral quando sua diocese foi atingida por graves desastres fluviais no início deste ano. Demonstrou grande atenção às vítimas e dirigiu apoio material e, sobretudo, espiritual a eles. Há poucos meses sagrou bispo a um sacerdote de seu clero que foi eleito Auxilar de São Salvador da Bahia, Dom Gilson.
Rezemos ao Senhor da Messe que abençoe largamente o ministério episcopal de Dom Santoro, agora mais exigido por essa nomeação para um ofício maior. Que a cada dia Sua Excelência seja mais fiel a Deus e à sua Igreja.