Direto da Sacristia
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Novos cardeais para a Igreja

Postado em 20 outubro 2010por E. Marçal


Do
Fratres in unum e do boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé

Bento XVI anuncia consistório público para a criação de cardeais
na Solenidade de Cristo Rei do universo

O Código de Direito Canônico, sabiamente, define o perfil dos candidatos ao cardinalato da Santa Igreja Romana:
_____________


Cân. 351 § 1. Para a promoção ao Cardinalado são livremente escolhidos
pelo Romano Pontífice homens constituídos ao menos na ordem do presbiterado,
particularmente eminentes por doutrina, costumes, piedade e prudência no agir. […]
_____________
Certamente, tais distintivos foram observados nos prelados que foram escolhidos para, a partir do próximo dia 20 novembro, trajarem a púrpura dos Príncipes da Igreja. Certamente, eles sabem que agora o convite da profissão de fé até à efusão do próprio sangue é mais eloquente e que o Santo Padre espera inigualável obediência e ortodoxia doutrinal de sua parte. Eles também sabem que agora encargo maior lhes é confiado e muito mais lhes será cobrado. Quanto mais alta a função, mais fidelidade a ser demonstrada. Portanto, sabendo que todos estes nomeados para o Sacro Colégio são conscientes disso e que corresponderão a essas obrigações, felizmente publicamos os seus nomes anunciados pelo Santo Padre na audiência geral. Dos 24, dez são italianos (dos quais oito são eleitores), quatro africanos – entre eles o Patriarca do Egito, dois alemães, dois norte-americanos, um polonês, um espanhol (não-eleitor), um brasileiro, um equatoriano e um do Sri Lanka. Deles, dois são professos de institutos religiosos.

1. S.E.R. Mons. Angelo Amato,
bispo professo dos Salesianos de São João Bosco (S.D.B.)
Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos;
72 anos

2. Sua Beatitude Antonios Naguib,
Patriarca de Alessandria dos Coptas (Egito);
75 anos

3. S.E.R. Mons. Robert Sarah,
Presidente do Pontifício Conselho “Cor Unum“;
65 anos

4. S.E.R. Mons. Francesco Monterisi,
Arcipreste da Basílica Papal de São Paulo fora dos Muros;
76 anos

5. S.E.R. Mons. Fortunato Baldelli,
Penitenciário-mor;
75 anos

6. S.E.R. Mons. Raymond Leo Burke,
Prefeito do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica;
62 anos

7. S.E.R. Mons. Kurt Koch,
Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos;
60 anos

8. S.E.R. Mons. Paolo Sardi,
Vice-Camerlengo de Santa Igreja Romana e
Patrono da Soberana Ordem de Malta;
76 anos

9. S.E.R. Mons. Mauro Piacenza,
Prefeito da Congregação para o Clero;
66 anos

10. S.E.R. Mons. Velasio De Paolis,
bispo professo da Congregação dos Missionários de São Carlos,
Presidente da Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Santa Sé
atual Interventor pontíficio dos Legionários de Cristo;
75 anos

11. S.E.R. Mons. Gianfranco Ravasi,
Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura;
68 anos

12. S.E.R. Mons. Medardo Joseph Mazombwe,
Arcebispo emérito de Lusaka (Zâmbia);
79 anos Itálico

13. S.E.R. Mons. Raúl Eduardo Vela Chiriboga,
Arcebispo emérito de Quito (Equador);
76 anos

14. S.E.R. Mons. Laurent Monsengwo Pasinya,
Arcebispo de Kinshasa (República Democrática do Congo);
71 anos

15. S.E.R. Mons. Paolo Romeo,
Arcebispo de Palermo (Itália);
72 anos

16. S.E.R. Mons. Donald William Wuerl,
Arcebispo de Washington (Estados Unidos da América);
70 anos

17. S.E.R. Dom Raymundo Damasceno Assis,
Arcebispo de Aparecida (Brasil);
73 anos

18. S.E.R. Mons. Kazimierz Nycz,
Arcebispo de Varsóvia (Polônia);
60 anos

19. S.E.R. Mons. Albert Malcolm Ranjith Patabendige Don,
Arcebispo de Colombo (Sri Lanka);
63 anos

20. S.E.R. Mons. Reinhard Marx,
Arcebispo de Munique e Frisinga (Alemanha).

57 anos

Também decidiu-se elevar a dignidade cardinalícia dois bispos e dois padres, que se distinguem pela sua generosidade e dedicação ao serviço da Igreja.

São eles:

(21) 1. S.E.R. Mons. José Manuel Estepa Llaurens,
Arcebispo Ordinário Militar – Bispo castrense – (Espanha);
Itálico84 anos

(22) 2. S.E.R. Mons. Elio Sgreccia,
já Presidente emérito da Pontifícia Academia para a Vida (Itália);
82 anos

(23) 3. Rev.do Mons. Walter Brandmüller,
já Presidente do Pontifício Comitê da Ciência Histórica (Alemanha);

(24) 4. Mons. Domenico Bartolucci,
já Maestro-diretor emérito da Pontifícia Capela Musical (Itália).

Alguns nomes já eram esperados e confirmaram-se. Outros, eram esperados, mas foi nossa expectativa frustrada por motivos até agora desconhecidos. No Brasil, eram citados como candidatos à púrpura nesse ano, primeiramente, o Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, S.E.R. Dom Orani João Tempesta, e o Arcebispo de Belo Horizonte, S.E.R. Walmor Oliveira de Azevedo. Este último foi recentemente nomeado Ordinário para os fiéis orientais sem bispo próprio residentes na América Latina, e já é membro da Congregação para a Doutrina da Fé. Contudo, lembremo-nos que o Cardeal Cláudio Hummes só foi criado cardeal em 2001, quase três anos após sua nomeação para o Arcebispado de São Paulo (Brasil). Portanto, os dois brasileiros anteriormente citados ainda podem esperar. Tornar-se-á vacante de purpurado a Sé Primacial de São Salvador da Bahia, tão logo o Santo Padre aceitar o pedido de renúncia de Sua Eminência Dom Geraldo Magela Agnelo.

Outro nome era esperado para constar no católogo dos nomeados para o Colégio Cardinalício, porém, por motivo desconhecido (mas imaginado), não foi escolhido para deixar de vestir sua batina violácea e trajar, a partir de 20 de novembro próximo, a púrpura. É ele o Arcebispo Rino Fisichella. Foi transferido para o novo Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, tido por famoso e maior eclesiólogo italiano. Com tantas “virtudes”, é estranho seu nome não elencar entre os prelados anunciados por Bento XVI.

Outros dizem que o Santo Padre escolheu a dedo os eleitores do próximo conclave. Contudo, há muitos que se opõem ao Summorum Pontificum e à celebração da missa na forma extraordinária. A surpresa não são os maus nomes, mas os bons, entre eles Piacenza e Burke.

Com esse novo consistório, o Senado do Papa passa a ter 203 membros (38 nomeados por Bento XVI), dos quais 121 são eleitores.

Ao fim do anúncio, o Romano Pontífice enfatiza que o elenco demonstra a universalidade da Igreja, e pede que rezemos pelos eleitos, confiando-os à “especial intercessão da Santíssima Mãe de Deus”.

Ora pro nobis, Sancta Dei Genitrix. Ora vere.

Virgem Maria, Mãe da Igreja

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