Direto da Sacristia
×
×

Encontro dos Cardeais com o Papa

Postado em 18 fevereiro 2012por E. Marçal

Com imagens do Day Life e
informações da Sala de Imprensa da Santa Sé parte 1 e 2

“Se não existe uma verdade, não sabemos para onde ir”

Como havia sido convocado alguns dias depois do anúncio do Consistório celebrado na manhã deste sábado dia 18, aconteceu ontem, na nova Sala do Sínodo, um encontro de reflexão e oração dos membros do Sacro Colégio e os novos cardeais com o Papa Bento XVI.

O dia foi iniciado com a celebração da Hora Tércia presidida pelo Santo Padre, seguida da saudação do Decano do Colégio Cardinalício, Sua Em.cia Cardeal Angelo Sodano.

O Cardeal eleito Timothy Michael Dolan, Arcebispo de New York, apresentou o tema principal do dia: “O anúncio do Evangelho hoje, entre missio ad gentes e nova evangelização”. Seguidamente, o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Sua Ex.cia Mons. Salvatore Fisichella, fez uma Comunicação sobre o Ano da Fé, no seu significado à luz da Carta Apostólica Porta fidei, e apresentou uma série de iniciativas de estudo da parte dos diversos Dicastérios em ocasião do mesmo Ano da Fé.

Em seguida, iniciaram-se as intervenções dos participantes. Houve espaço suficiente para 7 intervenções de vários temas, até a oração do Angelus presidida pelo Santo Padre.

Segundo intervenções, as reflexões e os cultos em adoração durante os
Congressos Eucarísticos internacionais são uma das perspectivas animadoras
e que renovam a esperança diante de tantos desafios.
Na foto, o Papa Bento XVI preside adoração eucarística e “Te Deum”
na Basílica Vaticana no fim do ano civil 

Na parte da tarde, após a celebração das Vésperas, foram retomadas a série de intervenções dos presentes. Ao todo, desde o fim da manhã até o fim da tarde, foram feitas 27 intervenções que tocaram uma vasta gama de tópicos sobre o tema da nova evangelização e do Ano da Fé.

Ao término da JMJ Madrid 2011, jovens brasileiros recebem a Cruz e o Ícone peregrinos
para a JMJ Rio 2013, que, para os Cardeais, é outra perspectiva animadora na Igreja

Foi tratado sobre os problemas da evangelização nas diversas áreas do mundo e em diferentes culturas: o crescimento dos cristãos na China, apesar das dificuldades; o diálogo interreligioso e a luta contra a pobreza na Índia, as provações enfrentadas pelos cristãos nos países do Oriente Médio; a importância da piedade popular e a evangelização na América Latina; o confronto com o secularismo que tende a marginalizar a religião da vida social no Ocidente; os desafios, as esperanças, mas também as perspectivas encorajadoras e eventos que dão sinal de esperança, como as novas e vivas realidades eclesiais, a Jornada Mundial da Juventude ou o Congresso Eucarístico internacional, por isso há perspectivas animadoras.

Foi falado da renovação educacional da catequese, da transmissão da fé aos jovens, a formação de evangelizadores – leigos, religiosos e sacerdotes -, a necessidade de uma fé madura, capaz de dar testemunho e juízo sobre a realidade do mundo de hoje.

Eles ofereceram sugestões para o Ano da fé, de um itinerário de aprofundamento que acompanhe os diversos tempos  do ano litúrgico, de um encorajamento das peregrinações à Terra Santa e a Roma, as novas formas de missão popular.

Foi ressaltado o compromisso ecumênico dos cristãos no anúncio de uma fé comum em Cristo, a realidade do Concílio Vaticano II como uma bússola para o caminho da Igreja de hoje, o valor do testemunho da alegria cristã e da santidade, e o encanto permanente da figuras de Santos.

“Somente profundamente convictos da verdade de Cristo presente na Igreja
é que poderemos reevangelizar as pessoas”

Na foto, o Papa profere homilia na Praça de São Pedro na Missa do Domingo de Páscoa  

Antes de recitar o Angelus, por volta das 19h, o Santo Padre concluiu seu discurso com uma reflexão, na qual ele agradeceu os relatórios – definindo a apresentação do cardeal eleito Dolan como “alegre, emocionante e profunda”, e a comunicação de Sua Ex.cia Mons. Fisichella “uma rica contribuição de idéias e iniciativas” – e também agradeceu a todos os participantes no dia de reflexão, dizendo que as ações eram um “mosaico de gama de idéias e propostas”. Ele enfatizou a importância do Concílio Vaticano II para “redescobrir a contemporaneidade de Jesus e da fé“. Salientou a necessidade de uma verdadeira renovação da catequese, a fim de enfatizar o seu precioso conteúdo de fé, reagindo ao que tem sido chamado de “analfabetismo religioso“. Ele reiterou fortemente a necessidade da profunda convicção da verdade da revelação de Deus em Seu Filho Jesus Cristo, porque “se não existe uma verdade, uma bússola, não sabemos para onde ir”, e “somente se houver verdade, a vida é rica e bela”. Sem esta convicção, “não podemos reevangelizar a humanidade de hoje”.

Porque Deus é amor, a verdade se exprime na verdade e o amor “demonstra a verdade”. O Papa concluiu que o lema do Ano da Fé pode ser resumido nas palavras: “Viver a verdade no amor”.

Do total de 213 membros do Colégio Cardinalício – incluindo os 22 novos Cardeais, havia 133 presentes. A ausência dos demais foi justificada por razões ou de idade ou de saúde ou compromissos improrrogáveis e firmados anteriormente ao convite de estarem em Roma desde ontem.

[flgallery id=8 /]

Sugestões de artigos