“O vinho derramou-se”. O que fazer?
Podem acontecer acidentes durante a Missa, tais como cair um inseto dentro do vinho consagrado ou o Celebrante passar mal. Apesar de serem detalhe e raridade, são situações que acontecem e devem ser objeto de preocupação sobre o modo de corretamente proceder em suas ocorrências. Para isto, recorremos ao Missal antigo, visto que o Missal de Paulo VI não dispõe dessas orientações práticas e, assim, é enriquecido com resoluções centenárias e eficientes. Certamente não será bobagem ou preocupação desnecessária àqueles que se preocupam com a Santíssima Eucaristia e com a dignidade do culto. Imaginamos que todos se preocupam.
Canto apropriado para ser ouvido durante a leitura
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1. A igreja ou o lugar onde é celebrada a Missa é profanado
Se se deu antes da Oração Eucarística, o Celebrante retira-se do altar; se foi durante a Oração Eucarística, continua a Missa.
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2. Ocorre algo que impeça a celebração naquele momento, tal como inundação, ataque ou desabamento
O Celebrante, se ainda não consagrou [as duas Espécies], retira-se; se já tiver consagrado, pode comungar imediatamente e omitir as restantes cerimônias.
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3. O Celebrante ou morreu ou subitamente fica enfermo, de modo que não pode mais concluir o Sacrifício
Se isto lhe sucedeu entre a consagração da Primeira Espécie e a Comunhão, a Missa deve ser continuada por outro sacerdote a partir do lugar em que foi interrompida. Se não se sabe onde se parou a celebração, julga-se pela posição do Missal, da hóstia etc. Se se duvida se tinha feito a Consagração, repete-se a Consagração sob condição [desta não ter ocorrido], sobre a mesma ou nova matéria.
Se o acidente aconteceu quando o Celebrante estiver a meio da fórmula da Primeira Consagração, não é necessário continuar a Missa. Se, porém, aconteceu em meio à fórmula da Segunda Consagração, o Sacerdote que continua a Missa repete a fórmula da Consagração a partir do “Do mesmo modo…”, ou sobre o mesmo cálice ou sobre outro oferecido (refere-se a um cálice com novos vinho e água e com a oração do ofertório) mentalmente, e, neste caso, toma o vinho do primeiro cálice depois de comungar o Preciosíssimo Sangue, antes das purificações ao fim da Comunhão.
Se o Sacerdote que adoeceu pode comungar, o Sacerdote que continua a Missa dá-lhe a comungar.
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4. Um inseto ou qualquer impureza cai dentro do cálice antes da Consagração
O Celebrante depõe aquele vinho num vaso que depois da Missa esvaziará segundo uma purificação digna; coloca no cálice outro vinho e água, oferece-o (segundo a oração do ofertório) mentalmente e continua a Missa.
Se foi depois da Consagração e pode tomar sem repugnância aquela impureza juntamente com o Preciosíssimo Sangue, continua a Missa sem se perturbar.
Se sente repugnância, extrai a impureza, põe-na num vaso, purifica-a com vinho (se for inseto e ele ainda estiver vivo, se tenha cuidado de não perdê-lo de vista), e continua a Missa. Depois da Missa, queima aquela impureza e dispõe a cinza junto à purificação que é feito às alfaias depois da Missa.
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“Da nobis per huius aquae et vini mysterium, eius divinitatis esse consortes, qui humanitatis”
“Pelo mistério desta água e deste vinho possamos participar da divindade do Vosso Filho…”
5. Cai no cálice algo venenoso ou que provoca vômito
Se isso acontece antes da Consagração, o Celebrante procede como no número 4.
Se acontece depois da Consagração ou, se tendo caído antes e só for notada depois da Consagração, o Celebrante coloca o vinho consagrado em outro cálice, prepara novo vinho para a Missa, oferece-o, consagra-o e continua a Missa. Depois desta, molha um pano de linho com o Preciosíssimo Sangue e põe no sacrário até que a Espécie do vinho estar inteiramente seca. Queima o tecido e dispõe a cinza dignamente.
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6. Algo venenoso toca na hóstia consagrada
Põe-na em outra patena ou num cálice para guardá-la no sacrário até se corromper, e continua a Missa depois de ter oferecido e consagrado outra hóstia. Depois de corrompida, dá-lhe destino digno.
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7. Fica dentro do cálice a partícula da hóstia consagrada e misturada ao Sangue no Rito da Comunhão
Isso pode acontece quando o Celebrante vai comungar do Sangue. Ele a traz com o indicador até a borda do cálice e a toma antes da purificação deste, ou coloca um pouco de vinho no cálice e toma-a quando beber o líquido.
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8. A hóstia aparece partida ou cortada
Se foi antes do ofertório, o Celebrante põe-na à parte e pega outra hóstia, a não ser que tenha de esperar muito.
Se foi depois do ofertório e antes da Primeira Consagração, o Celebrante deve consagrá-la.
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9. Por descuido ou acidente, a hóstia consagrada cai dentro do cálice
Se só parte da hóstia caiu, o Celebrante continua a Missa, fazendo todas as cerimônias, se for possível, com a outra parte da hóstia.
Se caiu no cálice a hóstia inteira, o Celebrante não a retira, mas omite na continuação da Missa todas as cerimônias que devia fazer com ela. Toma juntamente o Corpo e o Sangue de Jesus, dizendo: “O Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo me guardem para a vida eterna”.
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Cardeal Burke mantém os dedos indicadores e polegares junto durante o Cânon
em Missa celebrada nos EUA em agosto de 2013
(Copyright Lisa Johnston)
10. Num frio intenso, o vinho consagrado se congela
O Celebrante cerca o cálice de panos quentes ou, se for preciso, mergulha-o com cuidado num vaso com água quente, junto do altar, até a Espécie se liquefazer novamente.
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11. Alguma gota do Preciosíssimo Sangue cai
Se caiu no pavimento ou num lugar de madeira, o Celebrante recolhe-a, se possível, com a língua, senão com um pano de linho; em seguida, raspa a madeira, deixa enxugar as raspas e o pano e queima tudo e se desfaz da cinza dignamente, bem como purifica assim o instrumento com o qual se serviu para raspar.
Se caiu na pedra do altar ou na patena ou no pé do cálice, recolhe-a como dito anteriormente, lava esse lugar e se desfaz dignamente da água de purificação.
Se caiu no corporal, nas toalhas, nos paramentos ou no tapete, lava por três vezes o dito lugar e se desfaz dignamente da água de purificação.
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12. Todo o vinho consagrado se derrama
Se sobraram apenas algumas gotas no cálice, toma estas na Comunhão e, quanto à parte derramada, procede como nos números anteriores sobre isto.
Se não ficou nada no cálice, prepara, oferece e consagra um novo vinho com água.
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13. O Celebrante vomita todas as Espécies que comungou
Se recebê-las de novo causaria repugnância, deve retirá-las e pô-las num vaso no Sacrário até ficarem corrompidas, desfazendo-se dignamente delas depois.
Se, por não se distinguirem as Espécies, elas não possam ser novamente comungadas pelo Celebrante, este embebe o vômito em pano de linho e o queima e se desfaz da cinza.
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14. Uma hóstia ou fragmento cai
Se foi no chão, recolhe-se com reverência, lava-se o lugar, raspa-se e destas se desfaz dignamente.
Se foi numa toalha ou em qualquer outro pano, lava-se o lugar com todo o cuidado e se desfaz dignamente da água de purificação.
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15. Encontra-se uma hóstia sobre o altar, na patena ou num vaso
Se há dúvida se foi consagrada, guarda-se no sacrário, mas não no cibório, para ser consumida na Missa depois da Comunhão do cálice.
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A solução destes casos inspirará ao Celebrante como ele poderá resolver qualquer outro imprevisto que possa acontecer, sempre tendo como regra a prudência e o bom senso, com a reverência devida a tão augusto Mistério.