Direto da Sacristia
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Bispos concelebrantes endossam casula romana em Roma

Postado em 02 janeiro 2011por E. Marçal


Imagens do
Fotografia Felici

Em concelebração com Bento XVI,
bispos paramentados com casula romana

O Santo Padre Bento XVI incensa o altar
acompanhado por mons. Marini e pelos diáconos
enquanto os cardeais-diáconos aguardam

Não que a casula romana esteja intimamente ligada ao tradicionalismo litúrgico. Ela é, de certa forma, recente, ciente que os paramentos sofreram redução dimensional depois do século XII. Contudo, com a má interpretação da reforma litúrgica ordenada pelo Concílio Vaticano II, os paramentos antigos sofreram preconceitos e foram quase que banidos das sacristias, a ponto de serem até danificados, apesar de nunca terem sido abolidos (conforme o n. 119 da Instrução Geral do Missal Romano). Os que usam apenas casulas góticas não percebem que portam paramentos mais antigos. De qualquer modo, quando vemos uma casula romana, logo lembramos da missa que era oficiada antes de 1962 em quase todos os altares do mundo, exclusive aqueles em igrejas pertecentes a outro rito.


Os últimos cardeais
são os que receberam igrejas diaconais em Roma
e, portanto, oficiam como diáconos,
assistem ao trono papal e não concelebram
À esquerda, Cardeal Angelo Amato
À direita, Cardeal Mauro Piacenza


Essa introdução deve-se à magnífica novidade que aconteceu na Basílica Vaticana no primeiro dia deste ano. Perdoem-me se minha ignorância não me permite saber que essa notícia não é novidade e que os mármores de São Pedro já tinham testemunhado tal fato depois do último Concílio. Mas, é a primeira vez que isso acontece na presença de um papa, pois, mesmo antes do Concílio e tão comum o uso de casula romana, o rito latino não permitia a concelebração. É verdade que Bento XVI já tem restaurado muitos costumes esquecidos; com o mons. Guido Marini já foi substituída por duas vezes a férula papal [de acordo com o costume dos papas: encimada com uma cruz grega, diferentemente da moderna projetada por Lello Scorzelli], foi restaurado o antigo pálio papal [primeiro um de longa dimensão, e agora um reduzido], os paramentos, os castiçais sobre o altar, tendo a cruz ao centro… Contudo, uma grata novidade nos alegra no primeiro dia do ano: os poucos bispos que concelebraram na Missa da Solenidade da Santa Mãe de Deus endossaram casulas romanas. Os em.mos Angelo Amato e Mauro Piacenza, cardeais-diáconos, estavam paramentados com dalmáticas.

Nota-se, por baixo da casula,
o venerável e antiquíssimo uso cruzado da estola
Contudo, incompreensível [o uso] por se tratarem de bispos

Maior ainda do que a novidade do uso de casula romana pelos bispos concelebrantes, é o uso por estes da estola cruzada por baixo da casula. Só não entendo a causa disso: segundo as rubricas dos livros da forma extraordinária do rito romano, apenas os sacerdotes usam a estola cruzada por baixo da casula ou do pluvial, não sendo assim quando usam sobrepeliz. Contudo, os bispos sempre usam a estola a cair paralelamente diante do peito, pois não precisa que nada figure como uma cruz (um dos motivos para que o sacerdote use a estola cruzada), já que ele usa a cruz peitoral.

O ano começou com mudanças relevantes. Esperemos mais. No próximo 29 junho, o Santo Padre comemorará 60 anos de sua ordenação presbiteral. Antigamente, era comum nessas ocasiões os Romanos Pontífices proclamarem tempo indulgenciado. Aguardemos.

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