O rito da Missa exequial de Bento XVI
Uma das mais solenes liturgias será celebrada na manhã desta quinta-feira, dia 05, na Praça de São Pedro porque, além de serem as exéquias de um Papa, elas serão presididas por um outro Papa. A história já testemunhou a alma de um Papa ser sufragada pelo Cardeal que depois acabou sendo eleito Sumo Pontífice, mas definitivamente é escrita uma grande página da humanidade o Papa Francisco sepultar o seu predecessor na Cátedra de São Pedro. Tudo acontecerá sob os olhos de milhares de pessoas presentes no Vaticano e bilhões (segundo as projeções) assistindo ao vivo pelos meios de comunicação, como também com as orações de centenas de cardeais, bispos e sacerdotes que já chegam à Roma nestas horas antecendentes, igualmente a reis, outros Chefes de Estado e de governo e outras autoridades civis da comunidade internacional.
Como vem acontecendo nos últimos meses por causa das fortes dores que o Papa Francisco sente em um dos seus joelhos, para poupá-lo de caminhar e estar muito em pé, a Missa será celebrada pelo Cardeal-Decano Giovanni Battista Re e os ritos até a homilia e os ritos finais será presididos, sim, pelo Sumo Pontífice.
O rito da Missa, em latim, definido para esta ocasião inédita combina textos referindo-se a Bento XVI como Papa, mas outros que não são aqueles próprios para um papa que morreu enquanto ainda pontificava. Rezará a Oração Coleta:
Ó Deus, que no desígnio da vossa providência chamaste para guiar a Igreja o teu servo Bento,
concede-lhe de participar no céu à glória eterna do teu Filho,
que ele serviu como vigário na terra.
E a Sobre as ofertas:
Olhai com bondade, ó Senhor, os dons da Igreja em oração, e,
pelo poder deste sacrifício, concedei ao teu servo Bento,
que puseste como sumo pastor para guiar o teu rebanho,
de ser acolhido no céu entre os santos bispos.
E a Depois da Comunhão:
Fortificados com os dons do teu amor, ó Senhor,
pedimos que o teu servo Bento, fiel dispensador dos divinos mistérios na terra,
possa louvar a tua misericórdia na glória eterna dos santos.
O Evangelho, em italiano, será o do Bom Ladrão: “Em verdade te digo: ainda hoje estarás comigo no paraíso”. A primeira leitura, em espanhol, será da Profecia de Isaías, o vaso é obra do seu oleiro; a segunda leitura, em inglês, será da Primeria Carta de São Pedro, sobre a esperança dada por Deus por causa da ressurreição de Cristo; o salmo, em latim, será o 22, do Bom Pastor.
Será, porém, em alemão a primeira das cinco preces da Oração dos Fiéis.
Quanto aos cânticos das partes fixas, como Kyrie, Sanctus, Agnus Dei, serão os da Missa XVIII. Com a antífona do ofertório será cantado:
Ó Senhor Jesus Cristo, Rei da glória, livrai as almas de todos os fiéis defuntos
das penas do inferno e da cova profunda;
livrai-as das presas do leão, nem o tártaro enterre-as, nem caiam nas trevas,
mas o signífero São Miguel conduza-as à santa luz,
como uma vez prometestes a Abraão e à sua descendência.
Na Oração Eucarística III, o Papa emérito será mencionado no Memento pelos fiéis defuntos.
Durante a Comunhão será cantado o De Profundis (salmo 129) e alguns versículos do salmo 41 “Assim como a corça suspira pelas águas correntes”.
Após a Comunhão, o Papa Francisco voltará a presidir os ritos, aspergindo e incensando o féretro com o corpo de Bento XVI, rezando a Última Encomendação e Valedictio (Despedida), que alternará com o coro e a assembleia cantando “Eu creio que o meu Redentor vive”, tomado do Livro de Jó, e a antífona “Ao Paraíso te acompanhem os Anjos, à tua chegada te acolham os mártires, e te conduzam na Santa Jerusalém”.
Por fim, enquanto o féretro será levado ao túmulo, será cantando o Magnificat.
Conforme os ritos exequiais, a bênção final será omitida.
Acesse aqui o arquivo .pdf do livreto da Missa.