Ingresso do Cardeal Scola em Milão
Depois de informarmos da posse canônica por meio de um Procurador e do recebimento do pálio arquiepiscopal do próprio Papa Bento XVI em data extraordinária, ontem o Cardeal Angelo Scola fez o ingresso em Milão e em sua Duomo. De todas as formas surpreende a nomeação deste Cardeal septuagenário para a diocese milanesa:
1. Dizem que a decisão partiu direta e unicamente do Papa, contra as indicações de seus colaboradores, até mesmo de Bertone;
2. Scola volta para a sua diocese natal, que se recusou a tê-lo em seu Seminário por ele ser então membro (militante e “número dois”) do movimento Comunhão e Libertação, ao qual o arcebispo de Milão da época, Cardeal Giovanni Colombo, tinha fortes reservas;
3. As peculiaridades ulteriores de seu ingresso na diocese (indicadas acima) que, embora previstas, são raramente aplicadas.
Por desejo expresso do Cardeal, o ingresso foi precedido pela passagem por Malgrate, sua cidade natal com pouco mais de 4 mil habitantes. Seguindo a tradição, o Purpurado parou às 16h na Basílica de Sant´Eustorgio, para honrar o lugar mais antigo do culto cristão na cidade, dos primeiros batismos e a sepultura dos mártires. Lá, também segundo uma antiquíssima tradição, doou o seu roquete que usava sobre a batina vermelha, depositando-o em uma urna com a terra do cemitério dos mártires.
Às 16h45, depois de haver recebido as honras militares, saudado pelo Cabido Metropolitano, pelos Bispos Auxiliares e pelo Conselho Episcopal, sob os olhos da multidão aglomerada na Catedral de Milão, Scola osculou, ajoelhado, a Cruz capitular, foi incensado por um membro do Cabido e aspergiu água benta os fiéis. Depois, seguiu para a cripta de San Carlo onde foi paramentado e, como todos os predecessores, recebeu do tesouro da Catedral o anel episcopal e o báculo pastoral, que só segurou depois de lhe ser dado pelo Arcebispo emérito, Cardeal Tettamanzi.
Ao início da celebração, a assembleia ouviu a leitura da bula com a qual o Papa Bento XVI nomeou o Cardeal Scola arcebispo de Milão; posteriormente, o novo Pastor sentou-se na cátedra arquiepiscopal e recebeu homenagens do Arcipreste da Catedral e de alguns representantes do clero, dos religiosos e dos leigos.
O texto da primeira missa rezada pelo Arcebispo, não menos significativo, foi o da festa de San Anàtalo – primeiro bispo de Milão – e dos santos Bispos milaneses, que também estiveram presentes em representações nos paramentos do Arcebispo e dos seis diáconos.
Ao fim da missa, foi usado o texto da bênção apostólica previsto no Pontifical Romano e passivo de uso pelo Ordinário por três vezes ao longo do ano.
As solenidades de ingresso continuarão com quatro encontros de escuta às realidades sociais presentes na Diocese e com sete encontros com os fiéis das zonas pastorais. O último compromisso, na cidade de Milão, será o tradicional e significativo ato de assentamento na antiga cátedra episcopal posta na Basílica de San Ambrogio e a veneração das relíquias do Santo predecessor.
Fonte: Com informações da Arquidiocese de Milão