Missa papal com os novos Cardeais
Às 9h30 do domingo, na Basílica de São Pedro no Vaticano, deu-se início à Santa Missa presidida pelo Santo Padre Bento XVI e concelebrada pelos 22 novos Cardeais criados um dia antes – entre eles, os Cardeais Ries e Grech que, apesar da idade, 91 e 86 anos respectivamente, foram sagrados bispos há pouco menos de duas semanas, e o Cardeal Becker que, não obstante não possui a dignidade episcopal, lhe foi dado o direito de usar as insígnias próprias do bispo.
Foi usado o ofício próprio “Na Cátedra de São Pedro”, que tem caráter de solenidade no Vaticano. Para tanto, o Papa permitiu que tal ofício fosse antecipado para o último domingo, em vista de que no dia 22 de fevereiro a Missa “Na Quarta-feira de Cinzas” não permitiria, como não permite, qualquer outra Missa, estando as cerimônias de início do Tempo Quaresmal abaixo somente do Tríduo Pascal, do Natal do Senhor, Epifania, Ascensão e Pentecostes, Domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa. O Missal antigo intitula a Quarta-feira de Cinzas como “feria privilegiata“.
Sua Em.cia Cardeal Woelki impõe-se a mitra pinha durante
a Missa Papal com os novos Cardeais
Basílica Vaticana, 19 setembro 2012
Os novos Cardeais – somente eles concelebraram, os veteranos assistiram à Missa de veste coral – usaram a chamada mitra pinha, de tecido adamascado com relevo dessa fruta que “é um símbolo muito antigo do Império Romano, representando a união de vários povos em torno da cidade de Roma; liturgicamente, representa a união de todo o mundo na pessoa dos cardeais ao redor do Sumo Pontífice”.
Ao início, o Cardeal Fernando Filoni, primeiro na ordem de criação cardinalícia no Consistório do sábado, dirigiu ao Santo Padre palavras de filial agradecimento em seu nome e no de todos os concelebrantes promovidos ao Sacro Colégio.
Em sua homilia, Bento XVI destacou a obra do “gênio de Bernini”, o altar da Cátedra, que, “depois de percorrer a grandiosa nave central e ultrapassar o transepto, se chega à ábside, encontramo-nos perante um trono de bronze enorme, que parece suspense em voo mas na realidade está sustentado por quatro estátuas de grandes Padres da Igreja do Oriente e do Ocidente. E na janela oval, por cima do trono, resplandece a glória do Espírito Santo, envolvida por um triunfo de anjos suspensos no ar. […] Representa uma visão da essência da Igreja e, no seio dela, do magistério petrino”, este figurado na Cátedra que, segundo o Pontífice, “a cadeira de São Pedro é o trono da verdade, cuja origem está no mandato de Cristo depois da confissão em Cesareia de Filipe. A cadeira magistral renova em nós também a lembrança das seguintes palavras dirigidas pelo Senhor a Pedro no Cenáculo: ‘Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos'” (Lc 22, 32). E ainda, esclareceu sobre a natureza da Igreja: “[Nela] tudo se apoia na fé: os sacramentos, a liturgia, a evangelização, a caridade. Mesmo o direito e a própria autoridade na Igreja assentam na fé. A Igreja não se auto-regula, não confere a si mesma o seu próprio ordenamento, mas recebe-o da Palavra de Deus, que escuta na fé e procura compreender e viver”. Concluiu suas palavras pedindo que a Mãe do Verbo Encarnado “acolha sob o seu manto todo o Colégio Cardinalício”.
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