A Vigília de Pentecostes – O rito próprio
Por sua relevância na Teologia da Bíblia e na Liturgia, ocupando o 3º lugar das mais importantes solenidades, Pentecostes recebeu grande destaque no rito antigo e ofício de sua vigília é muito semelhante com o da Vigília Pascal: troca na cor dos paramentos, várias leituras e salmos e até mesmo uma nova bênção da pia batismal. Isto é, certamente, pela união que os dois dias solenes têm como início e fim do Tempo Pascal.
Contudo, a reforma litúrgica do Vaticano II preservou um rito próprio para a Vigília de Pentecostes, infelizmente, esquecido por muitos no fim da Missal Romano, entre as páginas 997 e 1000. Embora os paramentos sejam vermelhos (ou dourados ou prateados, que substituem a cor própria) e não deva haver nova bênção da pia batismal, o rito ainda permanece próprio para esta Vigília, inclusive com mais leituras, intercalando o início da Missa e o canto do Glória, como na Vigília Pascal.
É uma grande e atrativa oportunidade de colher maiores frutos desta riqueza teológica e bíblica que a Liturgia oferece. Será louvável esquecerem-se da pressa pela falta de zelo e, não custando nada, celebrarem com o povo este ofício rico em sinais.
O rito da Vigília possui duas formas. nas quais o Celebrante sempre usa a casula:
Rito comum da Missa
1. O Celebrante inicia a Missa como de costume (com ou sem incensação), após o sinal da cruz e a saudação “A graça de Nosso Senhor” ou outra, e profere a 2ª oração do ofício da Missa da Vigília “Concedei-nos, ó Deus onipotente”.
2. Omite-se o ato penitencial e exorta o povo com outras palavras ou as previstas no Missal Romano: “Introduzidos na Vigília de Pentecostes…”.
3. Seguem-se as 4 leituras, com os seus respectivos salmos, presentes no Lecionário Dominical como facultativas para a Solenidade de Pentecostes, mas proferidos todos neste ofício.
4. O rito da Liturgia da Palavra acontece como na Vigília Pascal: após cada leitura e seu salmo, de pé, o Celebrante reza a respectiva oração prevista no rito. Todos voltam a sentar-se após.
5. Recitada a oração após o salmo responsorial da 4ª leitura, o Celebrante ou o coro entoa o Glória. Após o canto, é proferida a primeira Oração do ofício da Vigília “Deus eterno e todo-poderoso, quisestes que o mistério pascal…”.
6. Todos sentam-se novamente e é feita a leitura do Apóstolo (Rm 8, 22-27) e o Evangelho é proclamado.
7. Convém usar a bênção solene, como previsto no Missal na seção específica.
8. Na despedida do povo, o diácono o próprio Celebrante diz: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe, aleluia, aleluia”, ao que respondem: “Graças a Deus, aleluia, aleluia”.
Cardeal Concelebrante na Missa Pro eligendo Romano Pontifice, votiva ao Espírito Santo,
na abertura do conclave que elegeu o Papa Francisco, em 12 de março de 2013
Rito da Missa combinado com a recitação das I Vésperas
1. Se se desejar unir à Missa a recitação das I Vésperas de Pentecostes, a Missa é iniciada ou com um cantor recitando o versículo introdutório do Ofício Divino “Vinde, ó Deus”, ao que o povo responde “Socorrei-me” e o canto do hino próprio das I Vésperas ou com o canto de entrada e a procissão inicial, como de costume. No altar, após o que é previsto pelo rito comum (usando ou não incenso), o Celebrante faz o sinal da cruz e a saudação inicial, mas omite o ato penitencial.
2. Todos sentam-se e é recitada a salmodia das Vésperas até a leitura breve prevista no Ofício Divino.
3. Terminado isso, o Celebrante faz a exortação “Introduzidos na Vigília de Pentecostes…” e seguem-se as mesmas 4 leituras e seus salmos responsoriais aos quais nos referidos na outra forma da Vigília, que se encontram no Lecionário Dominical.
4. A Missa segue-se como descrevemos anteriormente, com o canto do Glória após o 4º salmo e a recitação da primeira Oração do ofício da Vígília “Deus eterno e todo-poderoso, quisestes que o mistério pascal…”. Inclusive, com a leitura da Carta aos Romanos e e o Evangelho é proclamado.
5. Após a Sagrada Comunhão, recita-se a antífona “Vinde, Espírito de Deus”, prevista nas I Vésperas de Pentecostes, e todos, de pé, cantam o Magnificat, durante o qual o Celebrante incensa a cruz do altar e o próprio altar e um ministro incensa o Celebrante e povo.
6. Recita-se a Oração depois da Comunhão.
7. Convém usar a bênção solene, como previsto no Missal na seção específica.
8. Na despedida do povo, o diácono o próprio Celebrante diz: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe, aleluia, aleluia”, ao que respondem: “Graças a Deus, aleluia, aleluia”.
Missa de Pentecostes, Toledo (Espanha), em 2013
Missa do dia de Pentecostes
As particularidades da Missa deste dia solene é o canto da Sequência, em português, “Espírito de Deus, enviai dos céus”, após a segunda leitura, enquanto todos permanecem sentado. Depois do Evangelho, aquele que acendeu o Círio na Vigília Pascal, o Diácono ou o próprio Celebrante, dirige-se para junto do candelabro e lá apago-o, sem qualquer cerimonial previsto além deste. Após a Missa, o Círio é posto ao lado da pia batismal ou no batistério, se houver. Por fim, na despedida do povo, o diácono o próprio Celebrante diz: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe, aleluia, aleluia”, ao que respondem: “Graças a Deus, aleluia, aleluia”.