Direto da Sacristia
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As últimas horas do Papa Francisco

Postado em 22 abril 2025por Redação

A morte do Papa Francisco, nas primeiras horas de 21 de abril, segunda-feira seguinte ao domingo de Páscoa, surpreendeu todo o mundo. Apesar da sua fragilidade física e o seu grave quadro de saúde, a ameaça de morte parecia ter ficado no difícil mês de fevereiro, quando — segundo o chefe da sua equipe médica Dr. Alfieri — o Papa esteve a um passo da morte duas vezes; tamanho era o seu risco que os médicos pensaram em não fazer mais nada, contudo, a decisão contrária foi determinante para a sua cura.

A melhora de um paciente de 88 anos foi um verdadeiro milagre, não somente para os médicos, mas sobretudo para os milhões de católicos que dia após dia, ao longo das 5 semanas de sua internação hospitalar, insistiam com orações.

O Papa Francisco passa pela Porta Santa
da Basílica de São Pedro após abri-la, inaugurando o Jubileu de 2025,
em 24 de dezembro de 2024



Com a alta médica, o Papa foi aconselhado a manter repouso absoluto e a não receber visita, enquanto tomava a medicação antibiótica em casa. Ele nem sempre observou à risca essas recomendações, enquanto visitava as Basílicas de São Pedro e de Santa Maria Maior, fazia-se presente no fim de uma Missa jubilar e daquela do Domingo de Ramos na Praça São Pedro e recebeu algumas autoridades, como os reis da Inglaterra e o vice-presidente americano (a última personalidade a cumprimentá-lo em vida).

O Papa Francisco após a sua alta médica, presente no fim da Missa do Domingo
de Ramos, na Praça São Pedro,
em 13 de abril de 2025



Longe de criticá-lo pela sua vontade de seguir normalmente com a vida, antes: era admirável essa sua força que a todos parecia como sua melhora, vinda de uma incrível resistência física e psicológica. Assim, no domingo de Páscoa, embora ele não tenha presidido a Missa na Praça, mas delegado o Cardeal Angelo Comastri para fazê-lo em seu nome, ao fim dela saiu na sacada principal da Basílica para as saudações pascais e a tradicional bênção. Mas foi ainda mais preocupante a sua imagem que vimos: conduzido na cadeira de rodas, manteve o semblante sério, esboçou alguma dificuldade que a todos foi compreensível, pediu que o texto previsto fosse lido pelo mestre de cerimônias e falou pouco, apenas saudando a todos e recitando a bênção, limitada ao último dos 4 parágrafos da tradição; também limitado foi o sinal-da-cruz que ele traçou com a mão direita como que pesada sobre o braço da cadeira de rodas.

O Papa Francisco acena durante a sua última aparição pública após a Missa de Páscoa, durante o rito da bênção “Urbi et Orbi”


O Papa estava sofrido, mas dentro do esperado para o seu delicado estado de saúde.

A tarde e a noite seguintes ele passou sem algum grande problema, descansando e inclusive se alimentando no jantar.

O Papa Francisco diante da Porta
Santa da Basílica de São Pedro,
antes de abri-la e inaugurar o Jubileu,
em 24 de dezembro de 2024



Assim, o dia seguinte parecia normal, dentro das comemorações da Páscoa  e mais um nos dois meses de sua recuperação na Casa Santa Marta, casa religiosa ao lado da Basílica de São Pedro, na qual ele decidiu morar desde a sua eleição em 2013. Mas não foi assim:

Pouco depois das 6 horas da manhã, o Papa começou a se sentir mal e não saiu da sua cama. Ali permaneceu deitado por mais de uma hora e teria acenado para o seu enfermeiro pessoal, Massimiliano Strappetti. Logo depois entrou em coma, do qual não saiu mais. O Vaticano ainda acionou o Hospital Gemelli, do qual o Papa tinha recebido alta um mês antes, mas não havia mais nada a ser feito, dados os sintomas e o quadro que os seus médicos e enfermeiros conheciam. A sua vida seguiu o curso natural, que o corpo insistia em fazer, mas que o Papa não permitiu até que teve forças.

Além do coma, as causas de sua morte foram AVC cerebral e colapso cardiorrespiratório, este que era uma ameaça dada a pneumonia bilateral, as bronquites e também o tratamento com corticoides que o Papa fazia há anos para inflamações e que resultava há meses no grande inchaço do seu corpo. Também no seu atestado de óbito constavam outras comorbidades, como hipertensão arterial e diabetes tipo 2, que até então eram desconhecidas pela opinião pública.

A Casa Santa Marta, originalmente uma casa religiosa para sacerdotes que trabalham na Cúria Romana e para os cardeais eleitores no conclave, que o Papa Francisco escolheu viver desde o conclave que o elegeu em 2013


Foi uma morte inesperada, tanto que o Papa não recebeu pela última vez a Unção dos Enfermos, mas também súbita pela forma como ele ficou inconsciente e caiu em coma, que não permitiu saber o que poderiam ser as suas últimas palavras.

O mundo acordou com a notícia que o sacudia, que faz a Igreja aplicar antigas leis e rubricas litúrgicas para que, tão logo a terra da Basílica de Santa Maria Maior acolha os restos mortais do Papa Francisco, os cardeais cumpram com o seu maior e mais importante dever e eleja um novo sucessor de Pedro para se sentar na cátedra romana.

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