Direto da Sacristia
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Anjo da Guarda do Brasil

Postado em 07 setembro 2010por E. Marçal
O calendário litúrgico do antigo Missal, plenamente em vigor por mandato do Santo Padre Bento XVI, apresenta-nos hoje em seu próprio para a Igreja no Brasil, dia da Independência brasileira, a Festa do Santo Anjo da Guarda do Brasil. Apesar de devoção em desuso onde ela deveria ser formentada, em Roma há uma capela dedicada a ela, onde hoje foi rezada uma missa em intenção da nação brasileira que, terrivelmente, caminha para uma eleição presidencial sem esperança de alguém que defenda eficazmente os valores cristãos de nossa terra.

Texto do seminarista Carlos Donato, da Arquidiocese da Paraíba.

Uma festa católica na Independência do Brasil

Momento histórico da Independência do Brasil
às margens do rio Ipiranga

1822


Com o famoso grito do Ipiranga, imortalizado pelo quadro no Museu Nacional em São Paulo, o vice reirno do Brasil torna-se uma nação oficial, nasce a monarquia brasileira e, com ela, o Império. Celebrando a festa da Independência nacional, o calendário litúrgico antigo – talvez poucos o saibam – apresenta a festa do Santo Anjo da Guarda do Brasil. Somente dois paises têm a tradiçao de celebrar oficialmente os seus respectivos anjos da guarda, a saber: Portugal, a 10 de junho, e Brasil, a 7 de setembro.


A Sagrada Escritura apresenta a realidade do anjo-guardião, seja de uma nação, de uma cidade, e de cada pessoa em particular. Diversas passagens bíblicas ressaltam o trabalho desses espíritos puros, que a misericordiosa providência divina dá-nos como auxilio na nossa vida espiritual. Recordemos o livro de Tobias, onde o anjo Rafael acompanha o jovem Tobias na viagem rumo ao encontro da cura para seu pai.


Infelizmente, no nosso mundo hodierno e materialista, perdeu-se a bela tradição de invocar o anjo da guarda, e mais ainda, até mesmo nasce a dúvida ou a negação da existência desses nossos guardiões. Ainda mais na nossa pátria, que perdeu muito do seu senso religioso, foi tirado do calendário litúrgico próprio a festa do seu santo anjo da guarda – que se tornou em memória facultativa até perder-se e cair no desuso. Para os que têm ciência desta festa, recai o dever de celebrá-la e fazê-la conhecida.

Monumento do Cristo Redentor
Santuário da Arquidiocese do Rio de Janeiro

Hoje se fazem as honras ao Estado com as paradas militares, os desfiles que cultuam o deus-Estado laico, que demonstra o poder do seu culto pagão. É justo hastear a bandeira, cantar o hino da Independência e, mais justo e necessario ainda, é agradecer ao único e verdadeiro Deus, que nestas paragens brasílicas, da Terra de Santa Cruz, foi louvado e cultuado por meio do Sacríficio incruento como ato primeiro dos navegadores de Cabral. Com este ato de fé se disse à Trindade Beata que a Terra apenas descoberta pertencia ao Senhor da Vida.

Celebrar a festa da Independência – a festa do nosso Anjo da Guarda – com a Santa Missa, não comporta fazer uma missa-show, na qual, para evocar uma civilidade errônea, hasteia-se a bandeira nacional no início da missa e, nem tão pouco, substitue-se as partes fixas do ordinário pelo nosso hino patrio. Isso é, ao invés de um sacríficio de ação de graças, um sacrilégio em cadeia nacional. Culto cívico e culto nacional possuem momentos, razões e modos diversos, e nao aceitam misturas. A Deus, o que é de Deus e a Cesar, o que é de César – já ensinava o único e bom Mestre.

Paróquia pontifícia de San Gioacchino ai Prati di Castello
Título cardinalício desde 1960

Confiada à Congregação do Santíssimo Redentor
onde é venerado um vitral do Santo Anjo da Guarda do Brasil
Isso se deve à generosa contribuição dos católicos brasileiros
para a construção da referida igreja em homenagem ao Papa Leão XIII


Ainda sobre o nosso Anjo da Guarda nacional, creio que alguns não têm conhecimento, de que no coração da Cidade Eterna, ergue-se a paróquia pontifícia de “
San Gioacchino ai Prati”, construida pelo orbe católico em açao de graças a Deus pelos 50 anos de sacerdócio do Papa Leão XIII. Na nave lateral, à direita, encontra-se a capela do Brasil, onde ao centro, na ábside da capela, está o belo vitral com o Anjo da Guarda do Brasil que segura nas mãos a espada para proteger a nação brasileira – representada no brasão da republica que ele sustenta. É uma belissima capela, consagrada pelo primeiro cardeal das Américas, Em.mo Dom Joaquim Arcoverde, pernambucano de origem, cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro. Nessa capela da Basilica, hoje à tarde celebrou-se a missa do Santo Anjo da Guarda do Brasil, pedindo que ele guarde e interceda pelo nosso País. Nós que, mesmo estando geograficamente distantes, nos sentimos próximos e filhos da Terra de Santa Cruz.

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Ó Deus, cuja providência não conhece limites,
Vós nos concedestes um anjo que vela sobre a nossa nação,
nós Vos suplicamos que, com o auxílio deste divino guardião,
conservemos a fé, a esperança e a caridade,
vivendo na paz e na concórdia nesta terra de Santa Cruz.
Por nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho na unidade do Espirito Santo.
Amém.

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Sua Eminência Cardeal Michele Giordano
Arcebispo emérito de Nápoles

do Título presbiteral de
San Gioacchino ai Prati in Castello

Carlos Donato é seminarista da Arquidiocese da Paraíba
Residente no Seminário Internacional Sedes Sapientiae
da Prelazia da Santa Cruz e Opus Dei, Roma

Acadêmico de Teologia da

Pontificia Università della Santa Croce
Correspondente e autor de artigos do blog

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