Defenderam e verteram sangue pela mesma causa
Após a perseguição, o sacerdote romano Novaciano acreditava que aqueles que tivessem traído sua fé católica não poderiam voltar à comunhão eclesial, mesmo que se arrependessem; teriam, na verdade, de receber novamente o batismo. Do lado oposto, São Cornélio, São Cipriano de Cartago e outros bispos acreditavam que, mediante uma sincera contrição e arrependimento e o perdão dado pela Igreja, os cristãos apóstatas poderiam sim voltar ao seio católico. Novaciano cobiçara o trono de Pedro, e não obtendo sucesso em seu desejo, autoproclamou-se papa, conduzindo um cisma e, diferentemente do que antes dizia, pregou que nem mesmo um novo batismo poderia perdoar os pecados dos cristãos que fraquejaram na fé. O papa Cornélio convocou um concílio. Nele, reafirmou-se como legítimo sucessor de Pedro e excomungou a doutrina novaciana, como também confirmou que os cristãos que adoraram os deuses pagãos, mediante arrependimento e penitência, poderiam receber a sagrada comunhão.
Em junho do ano 252, recomeçou a perseguição aos cristãos e o Papa Cornélio foi exilado em Civitavecchia, na Itália, onde morreu um ano depois. Algumas fontes afirmam que foi decapitado.
Em 258, o Bispo Cipriano de Cartago foi denunciado como cristão, preso e processado.
Algumas relíquias de São Cornélio foram levadas para a Alemanha durante a Idade Média; a posse de sua cabeça é reinvidicada pelo mosteiro beneditino de Kornelimünster. Na iconografia, ele é representado portando um chifre, em referência à origem de seu nome.
“E assim Cipriano foi conduzido ao campo de Sexto.
Ali tirou o manto e o capuz, dobrou os joelhos
e prostrou-se em oração ao Senhor. Retirou depois a dalmática,
entregando-a aos diáconos e ficou de alva de linho e aguardou o carrasco,
a quem, quando chegou, mandou que os seus lhe dessem
vinte e cinco moedas de ouro.
Os irmãos estenderam diante de Cipriano pano de linho e toalha.
O bem-aventurado quis vedar os olhos com as próprias mãos.
Não conseguindo amarrar as pontas,
o presbítero Juliano e o subdiácono Juliano o fizeram. Deste modo morreu o bem-aventurado Cipriano”.