Papa alerta contra falso ecumenismo

Há um ano, Bento XVI disse aos Bispos brasileiros do Regional Nordeste II (os estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte) o perigo da secularização dos pastores e a clericalização dos leigos. Em abril passado, aos 15 bispos da região norte do Brasil em visita “Ad Limina“, o Papa criticou o visível sincretismo religioso no país e exortou à verdadeira adoração a Deus e à centralidade teológica de Cristo na liturgia.

Agora, aos Bispos dos estados de Sergipe e Bahia, o Santo Padre lembrou a evangelização dos brasileiros nascida desde os tempos do descobrimento, com a primeira celebração da Santa Missa na terra que nasceu sob a sombra da Santa Cruz. Apesar de “que os valores da fé católica tenham moldado o coração e o espírito brasileiros, hoje se observa uma crescente influência de novos elementos na sociedade”, ulteriormente alheios. Isso provoca, segundo o Pontífice, “um consistente abandono de muitos católicos da vida eclesial ou mesmo da Igreja”, enquanto as comunidades evangélicas e neo-pentecostais se expandem, quando se dizem “seguidores de Cristo”. À notória expansão do protestantismo no Brasil faz-se necessária “uma nova evangelização que não poupe esforços na busca de católicos afastados”. Não obstante, os pastores católicos têm “o compromisso de estabelecer pontes de contato através de um sadio diálogo ecumênico na verdade”. Contrariarmente, o que torna-se um obstáculo à busca da unidade dos cristãos é um “errôneo ecumenismo”, que nivela todas as “opiniões” numa espécie de relativismo eclesiológico. Como também, “o proselitismo agressivo, o que mostra como a paisagem do ecumenismo seja ainda muito diferenciada e confusa”.

Bispos brasileiros cumprimentam o Santo Padre
durante sua visita ao Brasil
Celebração das Vésperas com o episcopado brasileiro
maio 2007

Bento XVI incentivou a sadia relação com as igrejas e comunidades eclesiais estabelecida no Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, que deve defender os “fundamentais valores morais, transmitidos pela tradição bíblica.

Ao fim do discurso, o Santo Padre assegurou aos sacerdotes, aos religiosos, às religiosas, aos seminaristas, aos catequistas e a todo o povo das dioceses dos Bispos presentes “uma afetuosa Bênção Apostólica”.

Que o Senhor conceda aos senhores Bispos fidelidade às palavras do Santo Padre, para que assim possam exercer a verdadeira solicitude pastoral em suas dioceses.