“Sem a cruz não há caminho que leve ao céu”

Filha de conquistadores espanhóis, Santa Rosa de Lima (no século, Isabel Flores y Oliva), teve seu nome modificado devido à sua extraordinária beleza desde criança. Seus pais, anteriormente ricos, mergulharam em pobreza graças ao insucesso numa empresa de mineração. Para ajudar no sustento da família, Rosa passou a trabalhar até altas horas no campo e na costura, assim como cultivava flores em sua casa para depois vendê-las no mercado.

Quando alcançou a idade de ser desposada, diante de tantos pretendentes jovens e ricos de Lima e seus arredores, ela consagrou ao Senhor pelo voto de castidade e tomou o hábito da Ordem Terceira Dominicana, contra o desejo dos pais. Para exercitar sua vida segundo a Regra de São Domingos, construiu uma cela estreita e pobre no fundo do quintal da casa dos pais, onde penitenciava seu corpo com jejuns e cilícios. Conta-se que muitas vezes utilizava um aro de prata guarnecido com fincos, semelhante a uma coroa de espinhos.

O Menino Jesus cinge com flores
a fronte de Santa Rosa de Lima

O Rev.do Frei Juan de Lorenzana, seu confessor e biógrafo, relata que Rosa de Lima era constantemente visitada pela Virgem Maria e pelo Menino Jesus, que quis repousar certa vez em seus braços e a coroou com uma grinalda de rosas. Também era visitada por seu Anjo da guarda, com quem conversava. Atribui-se a ela o impedimento da invasão de Lima pelos piratas holandeses em 1615.

Mesmo acompanhada de milagres, nunca lhe faltou sofrimentos, tanto físicos, quanto representados em incompreensões e perseguições. Aos 31 anos, no dia 24 de agosto de 1617, morreu, dizendo: “Jesus está comigo”.

Conta-se que o Papa Clemente IX relutava em elevá-la aos altares, mas foi convencido após presenciar uma milagrosa chuva de pétalas de rosa que caiu sobre ele, vinda do céu, e que atribuíu à Rosa de Lima. Foi canonizada pelo mencionado Papa em 15 de abril de 1668, e beatificado por seu sucessor, Clemente X, em 02 de abril de 1671.

Dela disse o então Cardeal Ratzinger: “De certa forma, essa mulher é uma personificação da Igreja da América Latina: imersa em sofrimentos, desprovida de meios materiais e de um poder significativos, mas tomada pelo íntimo ardor causado pela proximidade de Jesus Cristo”.

Primeira latino-americana canonizada pela santa Igreja, é padroeira da América Latina, do Peru e da cidade de Lima, do Novo Mundo e das Filipinas, e das Forças Armadas da Argentina.