“Sem o bispo não há a Igreja”
Texto do seminarista Carlos Donato, da Arquidiocese da Paraíba.
Durante a Missa de abertura do conclave que elegeu sua Santidade o Papa Bento XVI, Sua Eminência Joseph Ratzinger, então Decano do Sacro Colégio, meditando sobre esta perícope do Apóstolo Paulo aos Efésios, alertava aos Eminentíssimos Padres Cardeais eleitores, que no hoje da nossa história navega em um mar agitado, no qual devemos ter cuidado para não permitir que tais ares nos apaguem a luz da fé, recebida dos Apóstolos por meio da Igreja de Cristo, guiada por este através do seu vigário na terra, o Papa e pelos demais sucessores dos Apóstolos em suas dioceses.
Esta semana, um dos suscessores dos Apóstolos, S.E.R. Dom Aldo di Cillo Pagotto, SSS, por graça de Deus e da Santa Sé Apostólica Arcebispo Metropolitano da Paraiba, tendo presente o seu dever de “Episcopus” (aquele que vigia o rebanho do alto), não tomando parte de ideologias de movimentos ditos de “Igreja”, mas com cunho marxista e comunista, recebeu injúrias e impropérios de pseudo-ovelhas de seu rebanho.
Esta coorte sacrílega dirigiu-se à Cúria Metropolitana, e ali usando de meios auditivos, proverberou palavra de ordem e de ataque, seja à pessoa do Arcebispo, seja à sã doutrina cristã e católica ensinada pelo mesmo em seu Magistério ordinário. Os arquidiocesanos sabem o quanto Sua Excelencia, pela sua fidelidade e consciência de comunhão com a Igreja na pessoa e no ensinamento ordinário e extraordinário do Sumo Pontífice, sofreu ao tomar algumas decisões necessárias para o bem da sua sede.
Durante as sagrações episcopais em 29 setembro 2007, na Basilica Papal de Sao Pedro no Vaticano, o Sucessor do Príncipe dos Apóstolos, em sua homilia recordava mistagogicamente que o bispo é o anjo de sua diocese. Recordava Sua Santidade que o anjo tem a missão de guardar, vigiar e proteger os que lhes são confiados, do mesmo modo, o Bispo deve guardar na fé os seus filhos, não somente pelo seu ministério e magistério ordinários (homilias, cartas pastorais e decretos), mas também pela Eucaristia aplicada pelos fiéis de sua diocese.
Santo Inácio de Antioquia, em uma de suas cartas escrita durante sua viagem de confissão da fé, lembrava que “Nada fazer sem o bispo”. Ainda evocando os Padres, temos a célebre frase de Santo Agostinho: “O bispo é a Igreja, pois sem o bispo não temos os presbíteros e sem os presbíteros não temos a Eucaristia e sem a Eucaristia não existe a Igreja; portanto, sem o bispo não há a Igreja”. Quão nocivo à fé é um grupo de “fiéis” que depredam por meio de pichações a sede da Arquidiocese, visando o mal ao seu legítimo pastor, e ainda gritam palavras de ordem incitando contra o próprio bispo os demais fiéis. Assim agindo, vão direttamente contra o ponto de unidade da diocese e, neste caso particular, contra o vínculo de unidade entre toda a província eclesiástica com a Sé do Beato Apóstolo Pedro. Assim agindo, levam os fiéis a rasgarem, nas palavras de São Cipriano, a “túnica inconsútil de Cristo, que é a unidade da comunhão da Igreja”. Ainda Cipriano de Catargo aconselhava aos seus fiéis a fugir desse gênero de ditas pessoas mais que do demonio, pois “quem incita contra a unidade e a comunhão, nem pelo martírio consegue retornar à plena comunhão”. (De Unitate Ecclesiae Catholicae)
Convido, pois os leitores deste blog católico, a meditar a mistagogia de um dos sinais próprios dos bispos, isto é, o baculo pastoral, símbolo de que o epíscopo é imagem visível de Cristo Pastor. Olhemos, pois, para este símbolo. Para que serve? De onde vem? O pastoral tem sua origem no bastão que os pastores usavam para defender e guiar o seu rebanho. O báculo tem uma haste que toca o solo e uma invergatura . A ponta da haste que toca o solo tem a forma de lança, envocando que o bispo, como os antigos pastores de ovelhas, deve defender o rebanho dos lobos que buscam devorá-lo. Deste modo, ele deve com sua doutrina santa e católica defender o rebanho, ferindo os lobos com a ortodoxia da fé. A envergadura , recorda a função regende de guiar o rebanho, de fazê-lo tornar ao verdadeiro redil. A matéria nobre do pastoral – com o seu brilho, símbolo da luz de Cristo – chama à luz da fé verdadeira as ovelhas duvidosas e, ofuscando, expulsa os lobos heterodoxos que desejariam seduzir as ovelhas do redil de Cristo.
Sentindo com a Igreja, para que sejamos um só Corpo e um só Espirito, à maior glória de Deus na comunhão afetiva e efetiva com o Metropolita da Parahyba, digamos:
Oremus Pro Archiepicopo Nostro Aldus
Tu es sacerdos in Aeternum secundum ordinem Melchisedec
Oremus
: Da quaesumus, Domine, famulo tuo Aldus quem pascendo gregi tuo in Apostolorum successione praefeccisti, spiritum consilii et fortitudinis spiritum scientiae et pietatis, ut populum sibi credentium fideliter gubernans, ecclesiae aedificet in mundo sacramentum. Per Cristum Dominum nostrum. Amen
Carlos Donato é seminarista da Arquidiocese da Paraíba
Residente no Seminário Internacional Sedes Sapientiae
da Prelazia da Santa Cruz e Opus Dei, Roma
Acadêmico de Teologia da
Pontificia Università della Santa Croce
Correspondente e autor de artigos do blog