Uma santa que há 8 séculos já falava dos nossos tempos
Do boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé
Santa Hildegard de Bingen
Em seu discurso em italiano, o Papa centrou-se na figura de S. Hildegard de Bingen. Em seguida, saudou em várias línguas com grupos de adoradores. A audiência terminou com a Bênção Apostólica dada pelo Santo Padre.
Sobre Santa Hildegard, de nacionalidade alemã, o Santo Padre frisou que sua educação foi confiada à professora Judih Spanheim, monja reclusa do mosteiro beneditino de São Disibodo. Em 1136, após a morte da mãe, recebeu o véu de religiosa das mãos do Bispo Otto de Bamberg. Anos após, devido ao número crescente de mulheres jovens que batiam às portas do mosteiro pedindo ingresso na vida religiosa, Santa Hildegard, superiora da comunidade, fundou um outro mosteiro dedicado a São Rupert.
Teve visões místicas que, a princípio, pensou que se tratasse de ilusões suas e que não vinham de Deus. Em meio à duvida, dirigiu-se à pessoa que no seu tempo desfrutou da mais alta estima da Igreja: São Bernardo de Claraval. Ele a tranquilizou e incentivou. Mas, em 1147, ela recebeu outro apoio importante: um texto ditado seu foi apresentado pelo Arcebispo de Mainz ao Papa Eugênio III, que presidia a um sínodo em Trier. O Papa autorizou a mística a escrever suas visões e falar em público. Desde então, o prestígio espiritual de Hildegard cresceu, a ponto de ser intitulada “profetisa teutônica (dos alemães)”. Ela foi capaz, segundo o Santo Padre, com sua capacidade corajosa, de discernir os sinais dos tempos quando a Igreja já sofria pelos pecados dos sacerdotes e dos leigos.
Bento XVI, que continuará a falar de Hildegard na próxima quarta-feira, ainda destacou que “cada dom distribuído pelo Espírito Santo, na verdade, é destinado para a construção da Igreja, e a Igreja, através dos seus pastores, reconhece a autenticidade”.
Em língua portuguesa, disse Bento XVI: “Saúdo com grande afeto e alegria a todos os peregrinos de língua portuguesa, de modo especial ao grupo de irmãs salesianas e aos fiéis da paróquia de Évora. Seguindo o exemplo de Santa Hildegarda de Bingen, possais sempre colocar os dons de Deus a serviço da edificação das vossas comunidades. Desça a minha bênção sobre vós e vossas famílias”.